domingo, 30 de maio de 2010

Doidas e Santas



“Toda mulher é doida”. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar 'the big one', aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais... Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo?
Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica,
Maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascinante.
Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Ultima Gota. Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora.
E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo:
“Só sendo louca de pedra.”



         Trecho da crônica. "Doidas e Santas" de Martha Medeiros


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