segunda-feira, 20 de setembro de 2010


É tudo tão cinza, o ar tenta sair puro dos pulmões, mas algo lhe sufoca numa ardência fortemente destrutiva. Ele ouve do décimo andar as buzinas dos carros e logo vê aquela fumaça branda de um dia chuvoso de inverno pairando sobre  a cidade. Os motivos natalinos já não possuem mais cores...Não para ele!
É tudo tão ríspido, sem vida, sem alegria. Do  apartamento apenas os ruídos o  inquietam e detonam.
A calmaria dos dias chega lhe dar ânsia, quase não a suporta!
Logo toma o seu café e relaxa no sofá, a TV já nem liga mais, acho que até mesmo ela se cansou de tanta solidão. Acende seu amargo cigarro e nota que as horas passam lentas, como se nada mais o importasse, não que tenha ficado mais frio, é que as dores latejam mais pelo simples fato de olhar o mundo lá fora e perceber o rancor e a falsidade escondidos debaixo de olhares cínicos e sarcásticos esperando toda e qualquer oportunidade para poder abocanhar a próxima vítima. Não que todos sejam assim, ainda há quem acredite no amor.
Ele só não crê em quem dilacera corações transbordando, na sede de amar por vingança!


(Viviane Oliveira)


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